AVISO: CONTEÚDO ADULTO PARA MAIORES DE 18 ANOS

terça-feira, 30 de junho de 2009

Velhos conhecidos, novos amantes

Kleiton E Kledir - Paixão


Velhos conhecidos, novos amantes
MQ & O LOBO

Ele entrou na sala com seus cabelos desgrenhados pelo vento da cidade. Trazia papéis e um olhar perdido.
Fiquei olhando para ele por um longo tempo. Ele tinha um cheiro de bicho e um olhar traiçoeiro de tão límpido que era. Ele sempre mexia comigo. Entre as coxas.
Fiquei ainda por um tempo perdida em divagações, até que ele me olhou. Fingi mexer nuns papéis e fui tomar café.

Me surpreendi com sua presença logo atrás de mim.

Ele pegou um copo e se serviu de café também. Ficamos nos olhando, sem mais palavras.

Algo nele despertava a loba em mim. Talvez seu olhar menino, talvez a forma dissimulada dele de me querer sem dizer. Sem saber porque fiz, aproximei meu rosto ao dele e o beijei. À princípio apenas toquei seus lábios com os meus. Depois, pelo calor dos lábios dele, entreabri os meus e toquei sua língua com a minha língua. Ficamos numa dança sensual de línguas e cheiro de café. O beijo tomou conta do corpo e, de repente, tudo era só boca. O corpo inteiro estava na boca. A dança, os cheiros, a sensualidade, o desejo; tudo estava na língua, no calor dos lábios, na troca de saliva. A coxa fisgou. Senti seu membro duro de encontro as minhas carnes enquanto a boca fazia um balé, traçava passos e melodias e a canção era uma língua macia deslizando junto a minha. O cheiro de cio misturava-se ao cheiro de café e impregnava nas minhas narinas coladas na pele do rosto dele. Sentindo seu cheiro animal. Aspirando seu suor. Sua pele. Seu gosto. Atordoada, encostei mais o corpo de encontro ao duro corpo que me aquecia. Senti suas mãos nas minhas ancas me trazendo mais pra perto, levantando meu vestido. Toquei seu membro por sobre a calça, tateei o zíper... deixei que o falo viesse livre ao encontro das minhas carnes ardentes. Ele levantou uma das minhas pernas, afastou as rendas que nos afastavam e adentrou. Preencheu. Ofertou mais calor às chamas que já me faziam derreter e expelir lavas. Movimentei. Ele movimentou. As boca... as bocas continuavam sem parar, sem dar trégua. O corpo fazia o movimento das línguas... entrava, saía, rodeava, molhava... senti um jato quente por dentro no exato instante em que os frêmitos do meu gozo me faziam apertar as entranhas e morder sua língua...
(MQ)

Há coisas e situações que não demandam palavras. O que acabou de ocorrer foi algo assim. Se tivéssemos falado, se tivéssemos negociado, propondo, discutindo, apresentando opções, talvez nada acontecesse.

Certamente nos bastaríamos em ter vivido juntos alguns momentos de ousadia meramente pensada. Então os cotidianos de cada um retomariam seus rumos. Aquele café, seria só e nada mais que um café.

Seria assim. Quase sempre, na maioria absoluta dos casos em que uma atração se insinua entre seres maduros é assim. Um vislumbre, uma linguagem não verbal, sinalizada pelos olhares sugere algo que se quer muito até, mas por falta de ousadia não se consuma.

Mas dessa vez não foi assim. A faísca brilhando nos olhares suplantou todas as regras e convenções. O desejo se fez soberano. Imperou sobre os dois corpos, até que um gozo mútuo o reverenciasse.

Então, um novo olhar. Sempre os olhares...

Um novo café é proposto, aceito, feito e tomado.

Então: garras na cintura da presa. Dominando-a. Se é que ela pretendesse fugir...

Um olhar fixo nos olhos dela.

Um novo e longo beijo.

Mais um olhar, e uma frase insinuando uma nova proposta:

- Nós começamos pelo fim...

Sem mais palavras, os botões de sua blusa são abertos. Blusa e soutien voam longe.

Seus seios são libertados.

A boca ávida e faminta toma posse deles. As mãos, garras do predador, percorrem seu corpo despindo o que restava de suas roupas. Exploram suas entradas...
(O LOBO)


Não, não era sonho, não tinha mais como fugir daquele homem. Ele estava ali e eu também. Eu o queria e ele a mim. Tínhamos experimentado o prazer maior, o gozo, mas ainda havia o beijo por desvendar. Havia um corpo inteiro para ser percorrido.

Meus seios nus sentiram a maciez da língua dele e minhas mãos encontraram o peito másculo, viril. Toquei seu peito e afaguei seus cabelos, puxando a cabeça para mais perto dos seios... Ele mordiscou os bicos e me rendi.

Sussurrei ao seu ouvido que alguém poderia nos ver ali. Que estava escorrendo sêmen pelo chão... Ele largou os bicos com certa relutância. Ajeitou o membro dentro das calças, ainda me tocou entre as pernas e limpou minhas coxas com seu lenço. Me ajudou a me recompor. Me tomou pela mão e saiu comigo pela porta da frente.

Sim. Agora iríamos para o conforto de uma cama. Agora eu me daria inteira a ele e teria o corpo do predador sob meu jugo.

O vento desgrenhava meus cabelos também, enquanto seu carro corria pela cidade e eu sorria ao lado dele...
(MQ)

Simultâneo:
http://versosprofanos.blogspot.com/

http://recantodasletras.uol.com.br/autores/mquiteria

ANDERSON FABIANO & MARIA QUITÉRIA

 Celso Fonseca e Ana Carolina - Um Dia de Domingo (DVD Rip)





Onde ficam as respostas?
Anderson Fabiano

Procurei tanto o amor
Que esqueci de amar.
Amei tanto
Que esqueci de mim.

Foram tantas as paixões,
Tão sem sentido,
Como só as paixões podem ser,
Que restou-me a trincheira.

Sei o gosto do beijo,
Mas não sei onde fica a boca,
O rosto, o sorriso, o sim...

Sei o seio,
Mas não sei a forma e o gosto,
Muito menos o nome
De quem o reservou.

Sei o ventre,
Mas não sei onde leva sabê-lo.
Nem tão pouco,
Se a mão acaricia antes do beijo.

Sei o sabor agridoce,
Almiscarado, secreto...
Mas não sei o corpo
Onde esse sonho se escondeu.

Procurei tanto o amor
Que creio,
Esqueci de confessá-lo
Para alguém.

Visite:
http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdedicatorias/1460212


Mal sei as perguntas
(Maria Quitéria)

Mal conhecemos as perguntas, que dirá qualquer resposta. Mas sabemos lá dentro, no íntimo, que a resposta estaria talvez no lábio tocado, na língua solta de encontro a outra ou na cantiga dos corpos dolentes, dormentes, sinuando-se em encontros...

Ofereci o beijo,
mas escondi a boca.
Ofereci o gozo
num ventre pulsante e só,
minhas pernas se abriram;
flor exposta,
amor aos montes,
às pencas,
dedilhado no silêncio.
Ofereci o brilho da lágrima
nuns olhos fechados
no gemido baixo ao travesseiro.
Ofereci a pele
que arrepiou-se ao lençol
sem o braço com pelos,
sem o grisalho entre meus dedos,
sem a barba a me riscar.
Ofereci um amor estranho
que piscava como luzes
numa cidade desconhecida
de um corpo que nunca toquei.

Visite:
http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdedicatorias/1513493

LITERATURA LICENCIOSA NA INTERNET


Literatura Licenciosa na Internet
Narceja entrevista Maria Quitéria:

...
Qual sua maior alegria ao publicar um texto?


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sonhos não envelhecem

Josué Gomes - Guardada em Sonhos




Sonhos não envelhecem
Maria Quitéria

Quando a intensa dor toma conta do meu peito
e a cidade ofusca o verde dorido das minhas íris,
vou de encontro a um outro verde e claro leito,
das terras fecundas e das flores mais felizes.
Meu corpo despido monta num cavalo que corre
saindo a galope sem que nem eu me dê conta
e trilha caminhos alheios e vai indo, percorre
canaviais, estradas empoeiradas, comigo à monta.
Minha devassidão clama por um corpo distante
de um homem que buscou-me em uma outra era;
- um adendo na minha vida, um delicado amante -
um homem de porte, um louco, uma apaixonada fera,
fazendo embrenhar-me por uma outra quimera;
em busca de suas mãos abertas e tão querentes.
Então altero os planos dos meus nortes tão rentes
numa cavalgadura louca que me leva pelo desejo
com meu corpo escorregando no duro lombo
que passa macio entre as coxas em seu latejo
até que eu me esqueça do tamanho do rombo
e me desfaça num desmedido gozo de paixão,
chamando aquele que é dono do meu verso,
que é a canção da terra dessa cidade em reverso,
onde viajo acompanhada de sonhos, Deus e solidão...

A belíssima poesia de Josué Gomes e sua voz maravilhosa:
http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=7620

http://recantodasletras.uol.com.br/autores/mquiteria

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Te bebo do avesso

 Jane Birkin & Serge Gainsbourg - Je T' aime


Te bebo do avesso
Maria Quitéria

Teu corpo rijo e entregue
é um templo que devasso
com meu firme traço
com minha volúpia
como uma dança cadenciada
uma rúpia
da pele ao cerne
do norte à estrada

é meu canto mais profano
de deusa sem um Olimpo
de uma vaca virginal
ou qualquer outro animal
uma pérola sem garimpo
ou a faca ao teu dano
- ao teu corpo, templo mundano -
com meu fogo corrido no limpo

esse meu rito profanado
no riste dessa tua espada
onde ajoelho sussurrando a oração
com a boca vertendo saliva
passada na tua glande
ao prazer de mais nada
ao desejo que criva
um sal tão suado
dum derradeiro tesão
é o confronto da minha luta
pelo sêmen jorrado na puta
no orgasmo que em ti se expande

no dentro que me faço profunda
no fora onde sou toda bunda
- carne, escuros e profundezas
cuspes, tetas e asperezas-
subindo e descendo a escadaria
do templo ao avesso, onde a fé principia.

Simultâneo:
http://versosprofanos.blogspot.com/
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/mquiteria