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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A teia que teço: liberdade e desapego, paixão que não tem fim

Ouça:
Ceumar - Avesso


Seja de todas e de quantas quiser. Divirta-se. Divida-se. Parta-se. Reparta-se. Partilhe teu desejo.
Eis-me, sabendo quem sou e o quanto represento.

A teia que teço: liberdade e desapego, paixão que não tem fim
Maria Quitéria

Você, que deixa migalhas de pão para poder voltar...

Eu, que não fantasio nesses caminhos, que simplesmente habito essas terras em minhas noites de lua e dança, que não deixo migalhas, que gostaria de perder o caminho de volta e ficar por lá. Eu, que tento mostrar o verde, que aceito todas as derramas, as fantasias, as loucuras e ainda oferto amor. Eu, que deixo a porta do arco-íris aberta a que entre. Que o convido para as refeições ao meu lado, que perfumo o chão com alfazema e aliso os lençóis para que nenhuma nesga possa ferir sua pele. Eu, que ando descalça pois meus chinelos estão à porta para que deixe seus sapatos ao seu lado. Eu, que te mostrei estrelas de outras cores e outros brilhos, que perfumei folhas comuns para que se sentisse feliz, que o alimentei com palavras de todos os verbos, que o acalentei, que fui até sua cama e fiquei quieta, ofertando meu calor aos seus medos diários, que o embalei nos braços em suas noites de insônia e levei um cheiro de rosas, que o faço olhar para o melhor, que o trago ao gosto do sexo e vida, que me embrenho pelos teus fascínios aceitando-os e abrindo espaços para tua dança...

Porque...

A teia que eu teço

é a teia que nos laça
de paixão em excesso
vinho-enredo na taça;

A minha voz mergulha em mel para tecê-la

e meu coração recheia-se de chocolate,
minha pele é doce a que possa lambê-la
e é todo feito de carinho o arremate;

Amarro sonhos com gosto de amanhã,

teço em pontos certos como pequenas uvas,
minha boca morde os nós com gosto de maçã
e lavo a teia pronta nas águas das chuvas;

Te entrego como presente a teia do meu dia,

meus momentos de você no tudo que teço,
- oferto a trama como quem acaricia -
o teu mergulho em mim, em laço e arremesso.

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Dominação


Dominação
Maria Quitéria

Vem cá, meu safado

encosta esse corpo no meu
me beija todo assanhado
e toma de mim o que é seu.
Me xinga, me bate, me alisa
e esfrega o gostoso em mim,
me joga no chão e me pisa,
me come do princípio ao fim.
Me veste de puta e geme
no meu ouvido todo o pecado,
me morde a coxa que treme
e lambe o meu bico rosado.
Me doma, que te quero meu dono,
que obedeço com todo o agrado,
depois da farra, caindo de sono,
beija meus pés como escravo...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Todo gostoso...


Todo gostoso...
Maria Quitéria

Meu bem, vem aqui pra tua puta
vem gostoso, vem manhoso
vem esfregando, vem na luta
vem gosmento, vem fogoso

vem amor, todo putão
põe aqui, mete em meu vão
e me chama de cachorra
esfrega bem na minha cara
diz que eu sou a tua tara
e comanda a nossa farra
esporra em tudo e me lambuza
deita e rola e me usa
mete o grosso até que eu sangre
essa é a força do inflame
pra de quatro eu te chamar
vem, meu Nego, sem aviso
mete fundo esse teu liso
que eu quero é me acabar
esfrega e calca até o fundo
dá no coro, chega junto
que eu quero delirar

vem, cachorro, em nó de ferro
o teu esporro é o que eu quero
e, no teu grude, mais gozar...

http://recantodasletras.uol.com.br/autores/mquiteria

Folguedo

Ouça:
 maria bethania - o meu amor





Folguedo
Maria Quitéria


Eu sou a bruxa da noite
mas você é meu feitiço
o chicote, o meu açoite
meu gostoso, meu bonito

Você me faz vagabunda
morde a minha bunda
me assanha toda a greta
mela minha buceta
me deixa só na tua
uma vagaba toda nua
pra tua sanha e teu esporro
tua flama e teu jorro
eu sou louca por você
e só penso em foder

Que é que tem esse teu falo
que pra mim é um regalo
que é que tem esse teu homem
que é fogo e me consome
e eu só quero te sentir
no meu dentro a ferir
com teu pau entrando duro
em todo canto, todo furo
e tão mais rolar na cama
no quintal, até na lama
é só mandar que eu obedeço
já sou tua, mas o preço
você vai ter que pagar
mais meter até eu cansar
e ficar louco na minha
me chamando de Rainha

E depois, meu dengo lindo
descansar teu fogo findo
no remanso no meu braço
que te aperta como laço
que segura o teu cansaço
te carinha num amasso
te aquecendo a madrugada
no repouso da tua espada...

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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Te amo em silêncio

 Geral Azevedo - O Ciúme



"Só vigia um ponto negro: o meu ciúme
O ciúme lançou sua flecha preta
E se viu ferido justo na garganta..."
(Caetano Veloso)



Te amo em silêncio
Maria Quitéria

Você sabe, eu me ralo,
enlouqueço
mas não dou banda,
fico na minha,
me calo,
faço que esqueço.
Você sabe até o talo
que sou louca,
que não sou pouca,
desavergonhada,
pomba gira,
alucinada,
a que pira
quando ama,
a que se deita na lama
e não liga.
Você sabe, eu te amo
enquanto você se enrosca
com qualquer tosca
qualquer puta.
Você sabe, eu me dano,
vou à luta,
quando se deita com uma puta
ou uma vadia qualquer;
sigo e vou,
sei que sou
a meretriz soberana,
a que se dana
mas que sabe ser mulher
e segue
a transversal do tempo,
farejando o vento,
acendendo o lume
e te ama, morta de ciúme,
ainda que negue.


Simultâneo:
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