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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Como um Dejàvú

Ouça:
 Van Halen - Take Me Back (Deja Vu)



Como um Dejàvú
Maria Quitéria

Ele me tocou com o velho sentimento
que eu trazia no peito, cheio de saudade,
veio com mil tormentas em movimento
devastando a estrutura da minha cidade.
Mordeu as carnes todas da minha anca
voltou do longe, de onde havia partido.
me lanhou com a fúria de quem desbanca,
entrou nos meios de onde não devia ter saído.
Escorregou pelos antigos sonhos da fantasia,
jorrou o sêmen quente dos mistérios da criação,
trouxe o corpo de encaixe da minha orgia
entrando e saindo na sanha do meu tesão.
Me chamou de volta, como quem é dono,
como quem comanda a batalha e a conclui,
me acordou a carne de um profundo sono,
sussurrou meu nome ao gozo e eu... eu fui...

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quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Traduzindo-me

Ouça:
 Chico Buarque e Fagner - Traduzir-se



Traduzindo-me
Maria Quitéria

Das tantas que me habitam e me movem,
das putas, das vagabundas e das mundanas;
sou aquela, o entre e o meio das que servem
com a leveza e as coxas das belas mucamas.
Entre a perigosa e a que mata sem piedade,
entre a lady e a que derruba cavalo bravo,
estou no pêndulo entre a mentira e a verdade,
entre a cruz, a espada, o martelo e o cravo.
Dentre o amores e os ódios que me habitam,
entre o pecado e a desistência do perdão,
faço o meu número no teatro dos que incitam
e que vivem e morrem por um veneno ou tesão.
Entre a mulher, menina ainda, que sonha verso
e faz poesia para o menino amado e travesso,
sou o meu próprio espelho virado e transverso;
de carne dura, o olho astuto e a fúria do avesso.

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quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Cativa do teu corpo

 


Cativa do teu corpo
Maria Quitéria

Teu corpo nu e meu para a fome dos meus olhos
para o meu apetite desmedido de farra e orgia,
para o meu deleite, teu leite jorrado aos molhos,
meu demônio que canta a mais devassa melodia.
Meu corpo sôfrego de prazer e entregue ao teu,
o mel escorrido, besuntando dedos e vontades,
a noite dos sonhos mais escura que todo o breu
clareando gozos partilhados de tantas saudades.
Tua mão, feito uma cantiga, entoando as notas
dos órgãos expostos nas minhas carnes e pêlos,
meu mar entre as coxas pontilhando as gaivotas
dos teus dedos que sobem e descem em duelos.
A pele contra a pele, fomentando o jorro quente,
que escorre pelas vias das estrelas onde eu bebo
com a ânsia de uma louca ensandecida, delirante,
o teu prazer que me é dado e que liberta recebo;

aos grilhões do teu corpo inteiro meu e amante,
dentro da veia, na carne e na alma que te cedo.

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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Fera inquieta



 



Fera inquieta
Maria Quitéria

Ele me espreita com seus olhos de animal
- um lobo de dentes arreganhados -
buscando a carne das entranhas e o sal
que me escorre pelos temporais jorrados.
Ele me vem nas noites sem que eu espere,
traz toda devassidão ao corpo que assanha
e, por mim, não há quem proteja ou zele,
quando me entrego ao prazer da sua manha.

Sou a outra, a que ele carrega em segredo,
um bicho que, como ele, sai à caça e luta;
a mulher que ele chama no estalar do dedo
e que se entrega como a mundana mais puta.

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Eu ainda digo que te amo


Ouça:
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Eu ainda digo que te amo
Maria Quitéria

Não, não direi que não te amei,
direi outras coisas ainda, e mais,
que te quero e das noites que te sonhei
ainda vivo aquela guerra sem ter paz;
não, não direi que não tenho ciúme,
nem que não mais me importo,
direi que morro e vivo de queixume
fingindo ser a Maria de cada porto;
direi que te desejo entre as coxas,
que quero a tua mordida e o teu falo
mais as deliciosas marcas roxas
e o grito urrado, que hoje calo;
direi que meu coração ainda dispara
quando você chega e me vem dissimulado
que meu corpo ainda se mexe com tua tara
e que gozo como se estivesse ao meu lado;
que da minha fogueira ainda é a chama,
o cigano do meu oásis, hoje só deserto,
o devasso homem que ainda me inflama
e que eu desejo ter por dentro e perto;
não, não direi que nada mais quero,
nem que não te sonho em minha cama,
não direi que não mais te espero
e que não sou aquela que te ama...

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'Fidelity'

 



'Fidelity'
Maria Quitéria

"... Eu nunca amei ninguém completamente

Sempre foi com um pé no chão
E por proteger de verdade meu coração
Eu me perdi nesses sons
Eu ouço na minha mente
Todas essas vozes
Eu ouço na minha mente todas essas palavras
Eu ouço na minha mente toda essa música..."
(Regina Spektor)

Te dou meus passos ao teu encontro
- meu caminhar lento pela tua orgia -
meus braços em laços ao pesponto
da tua sede de gozo e fantasia.
Te dou os meus seios para sorver,
minha língua lasciva pra tocar a sua,
minha pele para arranhar e morder,
minha coxa de dourados pêlos e a nua.
Te dou a poesia mais densa e profana
tatuada na carne a que me desvende,
gemo e urro feito uma leoa mundana
para o teu assanho e o que te acende.
Te dou o ondulado do reverso do parto,
a monta em mel onde te liberto e amarro,
a boca saciada no riso do gozo mais farto
e o silêncio entre o teu uísque e o meu cigarro...

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terça-feira, 9 de setembro de 2008

Esboço


Esboço
Maria Quitéria

Pinte-me com as cores da tua imaginação,
- faça-me em arco-íris na tua aquarela -
dispa-me da vergonha, pincele-me de tesão
a que eu seja, dentre todas, a mais bela.

Toque-me com as cerdas do teu pincel,
dando-me os contornos avolumados da lua
nas ancas arredondadas, brilhando ao céu
do teu olhar que me vê assim tão nua...

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domingo, 7 de setembro de 2008

Sob os domínios dele

 simone - nova mulher




Sob os domínios dele
Maria Quitéria

Ele me chama pra foda
diz que eu sou a gostosa
a felina gata manhosa,
leoa do pelo sem poda;
põe o pau todo pra fora
diz que com ele estoura
as pregas e a nervura,
balança sua pica dura
e mete com toda vontade;
o pau reluz e mais mela
todo cheio de vaidade.

Ele estoca e chama no gozo
urro e o macho gostoso
soca o quanto cabe nela;
ele mete fundo e me fode
depois, como quem pode,
ordena que eu fique de quatro;
afunda no rabo e explode,
o cacete que eu idolatro...

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Partilha de amor e sexo


Partilha de amor e sexo
Maria Quitéria

Também penso em você e em nossa magia,
na maravilha do sexo e do amor que temos;
das nossas trocas em delírio em plena orgia,
dos momentos de prazer quando nos vemos.

Também inalo o seu cheiro quando me deito,
quando as asas do vento me trazem o deleite
de tocar-me por baixo, arrepiando-me o peito
ao ofertar-me sem pudor o jorro do seu leite.

Também o amo quando me descem as águas
pelo delirante templo profanado de tanto sexo,
quando me dá o prazer da carne em deságuas
nesse encaixe perfeito do côncavo e o convexo...

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sábado, 6 de setembro de 2008

Leoa Selvagem


Leoa Selvagem
Maria Quitéria

Eu arranho a carne dele;
brigo, urro no queixume
me descabelo por aquele
- inteira louca de ciúme -

Arrepio arisca e descambo,

mordo sem pena e arranho,
depois acaricio e lambo
esquecida de tanto lanho
quando ele mostra o falo duro
e toca com gosto o cacete,
me querendo em todo furo,
acariciando de leve o rolete.
A leoa já vira gata mansa
ronronando de rabo erguido
querendo o bichão soerguido

Dona dos teus domínios


Dona dos teus domínios
Maria Quitéria

Lanho sem pena teu corpo nu e meu
- dona que sou da tua loucura -
da tua doença sem cura,
pelas coxas firmes do meu templo ateu;
é assim que te domo e mando,
é assim que obedeces ao comando
da dama vermelha sem atino,
quando chego te ferindo a coxa,
deixando uma marca roxa
no perfurar do meu salto fino.
E te subjugas ao poder da mulher
da libertina que adentra teus domínios,
e tu imploras por mais querer,
por mais dor a te cobrir de fascínios,
onde exponho tua carne ao rasgar o pano
fiado dos desejos que minha volúpia tece;

sou eu, o demônio mais vil e profano,
que bebe teu sangue e te enlouquece.

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quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Que venham as tempestades

 




Que venham as tempestades
Maria Quitéria

Dos meus olhos elas caíram
misturando-se aos gozos de antes
quando, secretos amantes,
eles tanto nos fluíram.
Os vendavais do sentimento
ainda escorrem-me pelas coxas,
nas intrincadas marcas roxas,
que minhas unhas cunham sem alento.
Toque-me como antes, como outrora
faça dos ventos os mesmos furacões
que me trouxeram ao útero uma aurora
surgida na manhã com o sol dos tesões.
Tome de mim as chuvas derramadas
com teu nome entre dedos
passados nas carnes fervilhadas
dos espasmos enevoados dos segredos.
Chova em mim a mesma loa pungente,
cantando aquela única canção
que me embalava horas de tesão
fazendo, de mim, uma enchente...

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