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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Meus bichos indômitos

Ouça:
Ze Ramalho - Cancao Agalopada





"... Numa fenda de fogo que aparece

O poeta inicia sua prece
Ponteando em cordas e lamentos
Escrevendo seus novos mandamentos
Na fronteira de um mundo alucinado
Cavalgando em martelo agalopado
E viajando com loucos pensamentos..."
(Zé Ramalho)

Meus bichos indômitos
Maria Quitéria

Te faço renascer das cinzas do meu corpo
te dou asas de pássaro, num vôo macio;
te deixo duro, envenenado, e o anticorpo
te oferto na noite desaguada do meu cio

corro pelos prados, potranca selvagem,
de rabo erguido, chamando o macho
que trota altaneiro, alazão de montagem,
a cobrir a égua castanha em seu racho;
e os mutantes que somos se elevam
nos fantasiosos campos ou metidos na tapera
seguindo com o afã dos que se entregam
como bicho, pássaro, homem, pantera;

atravesso a pêlo o denso da tua floresta
- mundana leoa de soltos cabelos -
lambendo a última gota que lhe resta
com minha língua lanhando desvelos
vou rugindo pelo teu corpo lustroso
arisca, mas inteira entregue ao prazer
de viver contigo o tão mais gostoso
das volúpias do trepar, sentir e gemer,
rebolando a anca ao tigre que se mostra
que altivo, deixa o falo rígido no balanço
ao desaguar da tigresa que se prosta,
rainha felina vendo o gozo pingar manso...

"... eu prefiro um galope soberano
à loucura do mundo me entregar..."

Simultâneo:
http://versosprofanos.blogspot.com/
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/mquiteria