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quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Cativa do teu corpo

 


Cativa do teu corpo
Maria Quitéria

Teu corpo nu e meu para a fome dos meus olhos
para o meu apetite desmedido de farra e orgia,
para o meu deleite, teu leite jorrado aos molhos,
meu demônio que canta a mais devassa melodia.
Meu corpo sôfrego de prazer e entregue ao teu,
o mel escorrido, besuntando dedos e vontades,
a noite dos sonhos mais escura que todo o breu
clareando gozos partilhados de tantas saudades.
Tua mão, feito uma cantiga, entoando as notas
dos órgãos expostos nas minhas carnes e pêlos,
meu mar entre as coxas pontilhando as gaivotas
dos teus dedos que sobem e descem em duelos.
A pele contra a pele, fomentando o jorro quente,
que escorre pelas vias das estrelas onde eu bebo
com a ânsia de uma louca ensandecida, delirante,
o teu prazer que me é dado e que liberta recebo;

aos grilhões do teu corpo inteiro meu e amante,
dentro da veia, na carne e na alma que te cedo.

Simultâneo:
http://versosprofanos.blogspot.com/
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/mquiteria