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segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Deixe em paz meu coração




" Já lhe dei meu corpo
Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa..."
(Chico Buarque)


Deixe em paz meu coração
Maria Quitéria

Meu amor não era posse. Era essência de caos e não há forças que dominem o caos. Nem que force. Meu amor não traía. Só doía. Eu o deixei livre como os rios que singram pela terra mudando leitos, mudando cursos e a fonte era tão cheia... Estava na veia. Meu amor transbordou e arrebentou barreiras, acreditou. Só não encontrou a quem prestar contas. Perdeu as pontas. Abriu janelas e portas, deixou luz de sol e lua entrarem. Se fartarem. Linhas tortas. Furou o teto para desenhar estrelas no chão. Era todo festa e tesão. Meu amor era tão bobinho. Usava roupa de linho, ficou todo amassado. Meu amor deixou o vento entrar e balançar cortina. Foi arrebentado. Depois quebrou a luz como o poste da esquina. Ele amava um poeta. Deu cor de asinha de borboleta, fez tanto carinho...

Ah, o meu amor... o meu amor amou sozinho.

Simultâneo:
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/mquiteria
http://versosprofanos.blogspot.com/