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sábado, 2 de agosto de 2008

Uma madrugada de tempo parado


Ouça:
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Uma madrugada de tempo parado
Maria Quitéria

Vou te encontrar na hora da madrugada
- quando o sol estiver tímido e sem jeito -
te aconchegar no calor do meu peito,
te trazer pra minha cama e não dizer nada.
Lanhar tua carne com a unha pontuda,
saboreando os arrepios das tuas costas,
sentindo o fremir brilhoso da tua taluda
no deslizar dos dedos, como tu gostas.
Me curvar para a língua passear macia
na extensão dos teus nervos mais duros,
saborear teu gosto exalado no cheiro que vicia,
escanhoar, no dente, teus pêlos e teus furos.
Carinhar teu mamilo com a ponta do dente,
prometer, ouvir teu gemido até a exaustão,
bebendo teu leite da fonte mais quente,
jorrado nos meus lábios fibrilados de tesão.
Vou te amar montada até o sol se pôr a pino,
exaurir tua vontade de mim dentro da entranha
e ir-me, num novo raiar de dia, sem destino,
sem nome, sem endereço, como a última estranha...


Simultâneo:
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