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domingo, 6 de julho de 2008

Dionísio


Ouça:
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Dionísio
Maria Quitéria

"Eu amo Aquele que caminha
Antes do meu passo
É Deus e resiste.
Eu amo a minha morada
A Terra triste.
É sofrida e finita
E sobrevive.
Eu amo o Homem-luz
que há em mim.
É poeira e paixão
E acredita.
Amo-te, meu ódio-amor
Animal-Vida.
És caça e perseguidor
E recriaste a Poesia
Na minha Casa.
(Hilda Hilst)

Te amo, Dionísio, nos versos pautados
na gama das cores de um arco-íris
nas minhas coxas e ventre, tocados
e no verde mais profundo das minhas íris
Te sonho, Dionísio, entre os mil cânticos
dos livros da memória em que me cobrias
e na saudade dos ardores suando pânicos
por tantas palavras loucas e sombrias
Te vivo, Dionísio, na cadência da tua letra
no be-a-bá de versos riscados na pele
no entre mais vermelho dos pêlos da greta
e no gemido miado que o tesão me impele
Te assombro, Dionísio, nas noites de lua
quando esparjo cheiro de rosas pela tua cama
e a mulher que está ao teu lado, tão nua
não sabe dos teus delírios de devassidão e lama
Te conheço, Dionísio, desde outras vidas
onde tu fostes o único a encontrar-me pelo vão
antes dessas todas que se deitam, perdidas
buscando o que não sabem, nem jamais terão.

Simultâneo:
http://recantodasletras.uol.com.br/
http://versosprofanos.blogspot.com/