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quinta-feira, 26 de julho de 2007

Alma de louca



Alma de louca
(Maria Quitéria)

Não ligue, marombeira, pra esses que te querem magoar
não mostre a lágrima que escorre e te desce
não deixe nunca que a vejam chorar
dê as costas, mostre a teta que intumesce
mostre o gozo pelos dedos
cale o passado de espinho
não revele seus segredos
traga-os para dentro do teu ninho
ria como louca, ria da tormenta
não aceite que te derrubem
abra a qualquer um a tua flor magenta
que te tenham na superfície, que te usem
esses, que não sabem nada de amor
que enganam a que sejam mais que enganados
mas que não atinjam teu coração, nem teu calor
aceite que te ofertem a medalha dos desprezados
deixe estar, seja a boneca de trapo, a marionete
guarde dentro de si a alma verdadeira
não vá ao profundo e seja, da mão deles, um joguete
mostre só o lado da puta e da rameira
proteja o seu dentro, a sua essência, seja doidivana
pingue o absinto e sonhe o que quiser
não mostre nunca quem é, seja apenas a mundana
e entregue só a quem mereça tua brandura de mulher.