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segunda-feira, 2 de julho de 2007

Poetas Marginais



Poetas Marginais
(Maria Quitéria)


Criamos o enredo e levantamos as letras
mudamos o tom e fazemos a sanha
melamos os paus e uma penca de gretas
e rimos de farra e mais cheios de manha
em nós tudo arde, não ligamos pra nada
fazemos a loas e cuidamos do circo
nada nos prende, ninguém nos acaba
trocamos de pele e corremos o risco
a letra derrama e o silêncio se faz
em nós, o mistério, tinge mais o vermelho
poetamos e deixamos todo o leva-e-traz
nosso rosto é mostrado apenas em um espelho
vivemos das farras, sangramos as ancas
brincamos de briga e torcemos verdades
nós somos bandidos, bicheiros das bancas
loucos, canalhas, gargalhando os alardes
seguimos a loa e os pactos do outro
não nos traímos e continuamos com os planos
estamos mais dentro, somos um e do outro
vagabundos, devassos, poetas mundanos.